Bicicleta para a prática de Downhill

Downhill é uma das modalidades mais radicais do Mountain Bike, conhecido como Bicicleta de todo o terreno (BTT). Para que um ciclista desça uma encosta de uma montanha com a máxima confiança e segurança, é necessário escolher a bicicleta adequada para a prática do downhill. A escolha de uma bicicleta para a realização de descidas arrojadas de montanha é de extrema importância. De seguida são descritos quais os melhores componentes para utilizar numa bicicleta de downhill.
 

Pneus:

Existem dois tipos de pneus com câmara-de-ar para a mountain bike, esses pneus podem-se designar por: pneus com armação de arame e pneus com armação de Kevlar.
 
1. Os pneus com armação de arame são pneus mais pesados que os normais, o que obriga a um esforço suplementar por parte de um ciclista e custam menos que a maioria. Estes pneus são os que equipam a maior parte das bicicletas de montanha;
 
2. Os pneus com armação de Kevlar são pneus mais leves, mas também mais caros. São considerados os melhores pneus para serem utilizados em competição e oferecem a vantagem de serem dobráveis. Estes pneus possibilitam um maior controle e tração da bicicleta em terrenos acidentados, na areia e na lama.
 
De uma forma geral, os pneus de mountain bike possuem um diâmetro de 26 polegadas, o que quer dizer que o diâmetro interno do pneu e do aro tem aproximadamente 66 cm. Em termos de largura, os pneus de uma bike utilizada no downhill tem 2.7 polegadas. Estas medidas são muito importantes, pois existem quadros que não suportam medidas superiores e o pneu pode raspar no quadro. 
 

As mudanças:

Andar de bicicleta por caminhos acidentados, onde os obstáculos surgem do nada, não é um desporto que se resume a pedalar e a travar a bicicleta. Neste sentido, as mudanças têm um papel fundamental, na medida em que garantem um andamento mais eficaz da bicicleta. Uma boa gestão das mudanças é meio caminho para a vitória numa determinada prova, pois forçar a marcha quando a bicicleta fica como que bloqueada perante uma adversidade poderá sobrecarregar a corrente e, no pior dos casos, pode mesmo parti-la. Na prática do downhill, os trajetos sinuosos obrigam à utilização das mudanças. Hoje em dia, no downhill o sistema de mudanças vai de 21 até 27 marchas e, recentemente, foi adoptado o modo de 30 marchas. Um bom downhiller é aquele que consegue prever uma dificuldade e, antecipadamente, coloca a mudança adequada para a ultrapassar. Só o consegue fazer se estiver munido de um bom kit de mudanças.
 

Os travões:

Para a prática de downhill, os travões de uma bicicleta são de extrema importância, pois determinam o sucesso e a segurança de uma prova. Os mais comuns são os travões em V (V-brakes), pois são os mais acessíveis. Contudo, não são os mais eficazes porque acabam por ficar com folga e perdem a precisão de travagem, este tipo de travões actualmente não são utilizados na prática de downhill.  Os travões ideais para serem utilizados no downhill são os hidráulicos, apesar dos custos serem mais elevados, o sistema hidráulico exige pouca força ao premir o travão e obedecem imediatamente aos comandos do ciclista. Para obter uma travagem perfeita, é necessário que o downhiller coloque o seu corpo numa posição específica. Deve colocar o peso do seu corpo o mais para trás possível, fletir as pernas e estender os braços firmemente de forma a baixar o seu centro de gravidade. 

A suspensão:

Existem bicicletas de montanha rígidas, nomeadamente as que apresentam uma suspensão dianteira e as de dupla suspensão ou suspensão total (full suspension), que são as bicicletas que têm suspensão traseira e dianteira. Para o downhill, a maioria das bikes apresenta dupla suspensão, com suspensões de no mínimo 180 mm de curso tanto na roda traseira como na dianteira. A suspensão total é a ideal para ser utilizada nas provas de downhill, uma vez que garante um maior conforto ao ciclista e um maior controlo da bicicleta. Por outro lado, é a maneira mais eficaz de minorar os impactos causados pelo contacto das rodas com o solo. 

O quadro:

O downhill é uma modalidade radical conhecida pela irregularidade dos seus percursos, pelas descidas audazes, saltos e quedas de alturas muito grandes. Como tal, o quadro de uma bicicleta utilizada no downhill deve ser muito resistente, reforçado mas ao mesmo tempo deve ser leve para não sobrecarregar os esforços dos ciclistas. A posição do quadro da bike relativamente ao chão também difere das bicicletas de outras modalidades. A bicicleta de downhill, por ter a suspensão frontal mais alta, obriga a que o quadro apresente uma certa inclinação para trás, o que constitui uma ajuda preciosa na realização dos trajetos e faz com que o downhiller tenha menos probabilidades de cair para a frente.